Reis c/ RealPunch e Reflect – Vida de Café

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Janeiro 30, 2014 por realpunch

“Vida de Café” é uma faixa onde me juntei com o Reis (na produção) e contei com a ajuda do Reflect.

É uma história como muitas das outras.

Escrito e interpretado por RealPunch e Reflect
Produzido por Reis the Man
Misturado e masterizado por Lockdown Studios
Design por Nuno_45

 

[1ª Parte]
eu sou um mero mortal
um mero ser que apenas pensa ser normal
cansado de uma vida laboral
vícios apaziguam-me, sou cliente habitual
de um café de bairro onde se juntam uns comparsas
onde o vinho faz-me vencedor através de taças
onde o vinho faz-me vencer a dor
esquecer que sou sonhador
esquecer que sou…dá-me uma cerveja que istopassa
cansei-me de perseguir objectivos
ganhei varizes de esperar sem motivos
eu até adorava ser alguém
mas até sou alguém, só não dou valor a quem
vá lá que nas cartas chegou à minha vez
já só espero por isto e pelo fim do mês
e o mais engraçado nestas cartas
a minha mão é a minha vida, um duque rodeado de espadas

[Refrão]
Vou ficando por cá
sentado com o café na mão a ver o fumo voar
o jornal está aberto, o cigarro está aceso
e só vejo o tempo passar
mudança já não quero
esperança já não tenho
sou a apatia de viver a apagar sonhos num cinzeiro

[2ª Parte]
Hoje faz precisamente 2 anos que ela me deixou
pendurado neste mundo, a Cinderela não voltou
depois de doze chapadas, tal e qual badaladas
porque ela perguntou se eu não mudava nada
e ao tomar como ofensa o que era seu por direito
levantei a mão e apanhei-a mesmo a jeito
e quanto mais gritava, mais odiava o barulho
mais do que uma vida, estava em causa o meu orgulho
levou o puto porque fui parvo para ela
nem sequer teve demoras, foi APAV com ela
é um entrave que me gela por completo o coração
repleto de emoção debaixo de um tecto com solidão
mistura duma rotina e tudo por culpa minha
só minha, intimamente corrói-me esta dura sina
já, já pensei em planear uma fuga à vida
só que vou adiando com prostitutas e bebida

[3ª Parte]
o que há mais são casos iguais
tais factos fazem manchetes e relatos de jornais
eu observo tudo isto na minha vizinhança
onde o café marca o compasso e a city dança
ao ritmo da cerveja que se arrasta pela goela
que provoca atitudes de meter a faca na goela
e se isso não cala a cadela, ele afasta-se da janela
e fica à espera da polícia para trancar numa cela
disfruto da cafeína que ao menos a bem me acalma
enquanto olho à minha volta e vejo um homem sem alma
sabe-se que está vazio pelo brilho do olhar
olhar que vai fluindo devagar perdido a divagar
penso para mim, “será que vou ser assim?”
pregado neste café, passar a viver aqui?
nah, tento ser forte, nada me atira na maré
da rotina que é vivida numa vida de café

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