O Triunfo dos Pombos

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Agosto 2, 2012 por realpunch

O pombo é uma ave que pode ser avistada, frequentemente, em áreas urbanas. A sua plumagem caracteriza-se, em grande parte, em tons de cinzento, com cauda riscada a negro e o pescoço esverdeado. Caracterizam-se também, em geral, pelos reflexos metálicos na plumagem, cabeça e pés pequenos, bicos com elevação na base e a ponta deste em forma de gancho. O bico costuma ser preto, curto e fino.

Diz-se que os pombos vieram das zonas da Eurásia e África, criados por asiáticos meticulosos com pretensões, bastante credíveis até, de dominar o mundo! E o pombo, é um bicho antigo pá – estima-se que já existam desde 4.500 a.C.

A competição por alimento com as espécies nativas, as suas fezes corrosivas nos monumentos, as mil e as doenças que podem transmitir aos homens (57 doenças catalogadas que podem ser transmitidas pelos pombos), fazem do pombo um grave problema ambiental, um típico inimigo público, persona non grata.

Pombo no cemitério

O pombo em celebração pela vida.

E o pombo, não se deixa papar por grupos. Até à data, a não ser carros, gajos com armas de pressão de ar e putos com fisgas artesanais, não existe nenhum predador nas grandes cidades para estes seres. E, para juntar à festa, reproduzem-se tal e qual uns coelhos, o que origina uma população cada vez maior, ameaçando a nossa espécie. Penso que o amigo  Pierre Boulle não deveria ter escrito a obra-prima chamada La planète des singes (mais conhecido por Planeta dos Macacos), mas sim o Planeta Columbófilo, tal não é arte e o poder que estas aves emanam.

Para uns, o sinónimo de liberdade. Para outros, mero divertimento. Para uns, beleza da vida animal que rasga todos os dias o ritmo frenético e industrial da selva urbana composta por betão e ferro. Para outros, meros parasitas da sociedade, que se instalaram por aqui, vivendo da maneira que só eles sabem, donos dos seus bicos, aniquilando toda a concorrência que foram encontrando. Ratazanas com asas. Transporte de doenças aéreo. Máquinas de destruição do património público. Bebés voadores em pleno exercício intestinal.

Pombos na calçada

O domínio do chão até ao topo

Pombos. Há quem lhes preste culto através de fenómenos socioculturais apelidados de sociedades columbófilas. Os Pombos-correios, antigamente, eram considerados uma forma de comunicação bastante prática, devido ao seu enorme sentido de orientação. Talvez seja essa a razão para se organizarem essas tais sociedades, em que se presta o culto ao Pombo. Eram completamente úteis para o serviço público.

Mas, numa espécie de alegoria, tal e qual a grande obra-prima de George Orwell, O Triunfo dos Porcos, um livro que narra uma história de corrupção e traição e recorre a figuras de animais para retratar as fraquezas humanas e demolir o “paraíso comunista” proposto pela Rússia na época de Estaline, é possível afirmar que os nossos políticos são como os pombos. Porquê? São os dois considerados uma praga da população. Os políticos têm vindo a deturpar o conceito da verdade desde dos mais remotos tempos, através da corrupção, deixando o povo à mercê de interesses de empresas privadas. Nós continuamos a alimentar esses “pombos”, deixando que eles voem à sua vontade, comendo tudo o que eles quiserem, destruindo tudo o que lhes incomodar, e no geral, deixamos que eles continuem a viver como pombos, porque são livres, e provar que fazem mal à Saúde Pública é um “bicho de sete-cabeças”. E não vejo ninguém pronto para se dar ao trabalho, mas sim a um emprego.

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